A Cruz
- IPB Chapecó-SC
- 20 de mai. de 2022
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Foi numa sexta-feira que a humanidade chegou ao clímax de sua história. Condenado, Jesus Cristo foi levado ao Gólgota. O corredor da morte foi dolorido e humilhante. Cuspiram em seu rosto, zombaram de sua autoridade, lhe vestiram uma coroa indesejada por qualquer rei. Os açoites romanos foram impiedosos.
A crucificação era uma forma de execução cruel e vergonhosa. Tratava-se de uma morte lenta e agonizante. Entretanto, todo o sofrimento físico foi insignificante se comparado à angústia do abandono suportado por Jesus na cruz.
O evangelho de Mateus narra esse momento:
“E houve trevas sobre toda a terra, do meio dia às três horas da tarde. Por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: "Eloí, Eloí, lamá sabactâni? " que significa: "Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste? " (Mt 27:45,46).
O Filho que desde a eternidade desfrutara do amor e da comunhão com Deus Pai, experimentou a separação e recebeu sobre si a ira do Todo-Poderoso. Mas para que foi necessário tamanho sacrifício? Para salvar todo aquele que nEle crer.
Só precisa de salvação quem está na perdição e esta foi a condição de toda humanidade, a partir da queda, com Adão e Eva: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados (...)” (Ef 2:1).
No relato de Gênesis, percebe-se que o homem e a mulher foram criados em perfeita santidade, tinham o Éden ao seu dispor e um relacionamento íntimo e direto com o Deus Criador, mas mesmo assim corromperam-se.
Adão e Eva eram nossos representantes, de maneira que a Queda deles resultou em morte física e espiritual para todos os seus descendentes. Assim, toda a humanidade se tornou escrava do pecado e infinitamente distante de Deus.
A única forma de reverter esta situação de maneira a satisfazer a justiça de Deus e punindo o pecado humano seria o derramamento de um sangue sem mácula, mas (“não havia um justo se quer” Rm 3.10).
Foi então que conhecemos O amor: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores.” (Rm 5:8).
Jesus Cristo abriu mão da glória que Lhe era devida, veio ao mundo nascendo como Deus-homem e cumprindo a toda a lei de Deus, se ofereceu como sacrifício expiatório. Tomou sobre si os nossos pecados passados, presentes e futuros. Desviou pra si a ira de Deus destinada aos pecadores. Todo o plano de redenção foi por amor, não porque merecíamos algum perdão, mas porque Deus é rico em misericórdia e escolheu manifestá-la.
Quando olhamos para as Escrituras vemos que Jesus de Nazaré não foi apenas um bom mestre ou um personagem histórico, mas o legítimo e imaculado Cordeiro de Deus, o único capaz de tirar o pecado do mundo. Diante da história da redenção precisamos considerar que só há sentido e resultado salvífico se olharmos para Cristo.
No livro de Números encontramos um curto relato que já apontava para a salvação que ocorreria mediante o sacrifício de Jesus. O povo de Israel havia pecado contra o Senhor, por consequência, surgiram no meio do povo serpentes com picadas letais. Sem saída, os israelitas clamaram por uma solução. Deus atendeu a oração e pediu que Moisés levantasse uma haste com uma serpente abrasadora e todo aquele que fosse picado, para ser salvo dos efeitos do veneno e viver, deveria mirar os olhos na serpente erguida na haste. Muitos anos depois Jesus mostrou a Nicodemos a mensagem daquela ocasião “Da mesma forma como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do homem seja levantado, para que todo o que nele crer tenha a vida eterna.” (Jo 3:14,15).
A Bíblia não romantiza a condição humana, mas enfatiza que o pecado leva à morte. O sacrifício e a mediação perfeita de Jesus foram a solução de Deus para nos resgatar dessa condição. A cruz foi a haste em que Cristo foi levantado, sua morte é o antídoto para o pecado e os nossos olhos precisam estar ancorados em Cristo Jesus para sermos salvos.
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